G20 aborda desigualdade global em declaração final
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 23:28
As declarações finais das cúpulas do G20, embora não sejam obrigatórias do ponto de vista jurídico internacional, funcionam como uma bússola para entender os consensos e dissensos no cenário das relações internacionais. A **declaração dos líderes do G20** no Rio de Janeiro, realizada sob a presidência brasileira, é um exemplo claro dessa dinâmica.
Os Principais Temas em Debate
O documento endossa três grandes pautas: **combate à fome, à pobreza e à desigualdade**; **promoção do desenvolvimento sustentável** em suas várias dimensões; e a **reforma da governança global**. Contudo, as referências a conflitos globais, como os da Ucrânia e do Oriente Médio, e a necessidade de uma regulação para a inteligência artificial, não ficaram de fora.
Um dos pontos mais marcantes dessa declaração é o **esverdeamento** das pautas, com uma crescente preocupação ambiental e climática. Os **Objetivos de Desenvolvimento Sustentável** (ODS) ganham protagonismo, considerando que apenas 17% da meta para 2030 foi alcançada até agora.
Mudanças Climáticas e Responsabilidade Compartilhada
A declaração reafirma a importância dos **regimes jurídicos internacionais** para tratar de crises climáticas, perda de biodiversidade e poluição, enfatizando que as desigualdades têm uma **dimensão intergeracional**. Isso se reflete na necessidade reconhecida de um tratamento diferenciado para países em diferentes estágios de desenvolvimento.
Apesar de a proposta de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, gerar desgosto em parte do Norte Global, ela é um reflexo das necessidades do Sul, onde muitos países em desenvolvimento veem nisso uma oportunidade para dialogar. Os problemas globais, por mais desafiadores que sejam, exigem **iniciativas compartilhadas** e um esforço multilateral.
A Reformulação da Governança Global
Uma das vitórias destacadas na declaração é a necessidade de **reformar instituições globais** para torná-las mais representativas e eficazes, refletindo as realidades do século 21. O antigo modelo de governança internacional, que muitos consideram quase oligárquico, já não é suficiente.
O reforço da *Assembleia-Geral da ONU* figura como um ponto essencial nesse novo cenário, onde todos os países anseiam por um maior poder de voz e voto.
Expectativas e Desafios à Vista
A declaração, embora recheada de boas intenções, agora precisa enfrentar o teste do tempo. A questão que fica é: as medidas propostas realmente serão implementadas? Em um planeta que vive sob o peso das **mudanças climáticas**, tempo é um recurso limitado e cada segundo conta.
Em resumo, o G20 do Rio não apenas discutiu o futuro das economias globais, mas também lançou luz sobre desafios históricos que exigem uma união sem precedentes entre as nações.