MST Ampliam Invasões em Protesto Contra Governo Lula
Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 17:27
Em um cenário que parece mais novela do que realidade, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) tem ampliado suas ações, formando um verdadeiro “se liga” com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto a insatisfação cresce como uma erva daninha, as ocupações de terras no Rio Grande do Sul e no Pará se multiplicam. No município de Pedras Altas, famílias se estabeleceram em duas propriedades que agora estão sob a mira do movimento.
Coração Palpitante: Porto Alegre e Parauapebas
Na capital gaúcha, Porto Alegre, militantes do MST se concentraram na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Com um lema claro, a demanda era uma só: respostas do governo federal. Ao mesmo tempo, o clima esquentou em Parauapebas, onde a Estrada de Ferro Carajás foi bloqueada, deixando a região em suspenso.
Natal com Terra: Uma Pressão Extra
As ações fazem parte do projeto "Natal com Terra", que tem um objetivo muito claro: pressionar o Palácio do Planalto para que a reforma agrária ganhe vida. O MST alega que já se passaram mais de dez anos sem avanços significativos nesse campo. Em Porto Alegre, cerca de 1,5 mil famílias estão acampadas, exigindo a aceleração dos assentamentos e a compra de terras. O Incra confirmou que cerca de duzentos manifestantes estão acampados na sede, e uma reunião saiu do forno para a tarde.
O Pedido de Demissão que Ecoa
Além do clamor por reformas, o MST também tem um pedido em sua cartola: a demissão do ministro Paulo Teixeira, que comanda o Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar. Apesar das pressões, o governo federal alega que limitações orçamentárias são o vilão que impede respostas ágeis.
Um Aumento de 150% nas Ocupações
Em números, a história também se impõe. Desde o início do terceiro mandato de Lula, o MST já realizou 35 invasões, um crescimento de 150% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 14 ocupações. Para se ter uma ideia do cenário, nos dois primeiros anos de seu governo, os investimentos em reforma agrária foram menores do que nos mandatos anteriores do PT. O segundo mandato de Lula, no entanto, teve a maior média anual, girando em torno de R$ 3,675 bilhões.
Com as tensões em alta e uma reforma agrária pendente, o que podemos esperar a seguir? A resposta pode estar tão próxima quanto um novo anúncio do MST.