Brasil Aumenta Exportações de Nióbio em 2024
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 09:53
O solo brasileiro é um verdadeiro tesouro e, entre as preciosidades que ele oferece, o níobio brilha intensamente, despertando a inveja de diversas nações. Afinal, o Brasil é o maior detentor desse minério no planeta e as exportações estão em alta, com um aumento de 6% em 2024.
Segundo dados do governo federal, o país enviou quase 92 mil toneladas de ferronióbio para o exterior este ano. Esse produto é a jóia da coroa da produção de níobio, capaz de agregar resistência às ligas de aço, tudo isso sem adicionar peso extra.
A Importância do Ferronióbio
Apenas 100 gramas de ferronióbio podem aprimorar significativamente uma tonelada inteira de ligas de aço! É por isso que esse composto é amplamente utilizado na indústria automobilística, aeronáutica e na construção civil, além de encontrar espaço em componentes da área da saúde.
Produção Nacional de Nióbio
A Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM) é a responsável por grande parte do ferronióbio exportado pelo Brasil. E não, não se trata de uma estatal; é uma empresa privada controlada pelos banqueiros da família Moreira Salles, conhecidos por suas vastas participações no Itaú.
A CBMM extrai seu minério de uma jazida em Araxá, Minas Gerais, que é a única em operação no estado e a mais produtiva do mundo. Impressionantemente, quase 80% de todo o ferronióbio brasileiro que vai para o exterior vem dessa jazida, resultando em impressionantes US$ 1,8 bilhão em receita apenas em 2024.
Quem Está Comprando?
Quando falamos sobre clientes internacionais, China e Holanda se destacam como os maiores consumidores do ferronióbio brasileiro, representando juntos 64% das exportações em 2024 — 45% destinados aos chineses e 19% aos holandeses. O Japão (8%) e a Coreia do Sul (6%) também aparecem na lista, enquanto Singapura e Estados Unidos empatam com 7% cada.
O Cenário Global do Nióbio
De acordo com o Departamento de Geologia dos Estados Unidos, o mundo possui cerca de 17 milhões de toneladas de reservas conhecidas de níobio, com o Brasil detendo impressionantes 16 milhões de toneladas. As outras jazidas estão no Canadá (1,6 milhão de toneladas) e nos Estados Unidos (210 mil toneladas).
Mas a versatilidade do níobio não para por aí. Além do ferronióbio, ele também é utilizado para produzir o óxido de nióbio, que, entre outras aplicações, agiliza o carregamento de baterias elétricas. Um exemplo disso é o motor elétrico de ônibus que a Volkswagen começou a testar no Brasil, prometendo um carregamento em apenas 10 minutos, segundo a CBMM.