Motorista sobrevive a acidente com avião em Ubatuba
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 10:39
Em uma manhã que prometia ser comum, Júlio César Talarico, de 34 anos, quase se tornou parte de uma tragédia aérea. O motorista de aplicativo, natural de Rio Claro, no interior de São Paulo, estava em Ubatuba no último dia 9 de janeiro quando um jatinho com cinco pessoas caiu nas proximidades. O resultado? O piloto não sobreviveu e pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.
Um Encontro Inesperado com a Destino
O que começou como um dia rotineiro se transformou em um pesadelo. Talarico, que havia chegado ao litoral paulista apenas seis dias antes, estava em seu carro, um Fiat Cronos, quando o avião passou a poucos centímetros de distância dele. “Vi o avião fazer todo o trajeto de pouso”, relatou. “Quando vi, ele estava na minha porta. Pensei que estava morto. Achei que era só o meu espírito vagando por ali. Demorou para cair a ficha que eu estava vivo.”
Ainda incrédulo, ele contou que a asa da aeronave passou por cima do seu veículo. "Estava na praia, mas o rosto queimado era por causa do calor do jatinho", disse. Apesar de ter sofrido uma queimadura de 1º grau, o único dano ao carro foram alguns arranhões e o amassado no capô.
O Quebra-Cabeça da Corrida
Naquele fatídico dia, Talarico tomava café com o irmão antes de iniciar as corridas do seu dia de trabalho. Poucos minutos antes da queda do avião, um passageiro pediu para que ele diminuísse a velocidade para capturar uma foto da roda gigante. O motorista atendeu ao pedido. Entretanto, o que poderia ser apenas uma corridinha na cidade desconhecida virou uma luta pela sobrevivência.
Ele tentou dar ré quando percebeu a aproximação do Cessna Citation, mas havia um carro atrás que o impediu. “Só segurei no volante”, contou. “Se bater aqui, vai morrer todo mundo.” A sorte estava ao seu lado, mas o mesmo não pode ser dito para o piloto da aeronave, que não resistiu ao acidente.
Reflexões e Gratidão
As consequências do acidente deixaram marcas em Talarico. Ele relatou que ficou com um zumbido no ouvido e passou a ouvir, em meio ao caos, os gritos das pessoas que pediam para que ele saísse do carro por conta do risco de explosão.
“Durante a noite eu chorei muito, não vou mentir”, confessou o motorista. “Depois disso, a gente dá muito mais valor à vida. Deus segurou a gente. Eu já marquei o dia 9 de janeiro como meu novo aniversário.”
Em resumo, o acidente em Ubatuba poderia ter sido uma tragédia ainda mais devastadora, mas a sorte estava com Júlio. Ele agora tem uma nova perspectiva sobre a vida, e, felizmente, o pesadelo que quase lhe custou tudo se transformou em uma história de gratidão e sobrevivência.