Azul e Gol Consideram União de Negócios
Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 23:14
A Abra, a controladora da Gol, e a Azul estão com a cabeça nos negócios e, na última quarta-feira (15), assinaram um memorando de entendimento, conhecido como MOU (do inglês, Memorandum of Understanding), para discutir uma possível união entre as duas companhias aéreas brasileiras. Esta informação, que já havia vazado anteriormente, foi confirmada oficialmente pelo comunicado das empresas na noite de hoje.
O que está em jogo?
O MOU apresenta um esboço de como seria a governança da nova companhia, caso a fusão avance. O plano é que essa união se dê através de uma “corporation” (empresa sem controlador definido), com a Abra assumindo a posição de principal acionista. Contudo, as porcentagens de participação ainda são um mistério, dependendo da saída da Gol do “Chapter 11”, que é o processo de recuperação judicial nos EUA. O grande dia para a Gol está previsto para abril, e este é um passo crucial para que as conversas avancem.
Detalhes da nova governança
O acordo sugere que a nova estrutura contará com três conselheiros indicados pela Azul, três pela Abra e mais três membros independentes. A escolha do presidente do conselho ficará a cargo da Abra, enquanto o CEO será um indicado da Azul. Vale ressaltar que essas nomeações poderão ser alteradas após três anos, trazendo um certo dinamismo à gestão.
Em um comunicado, a Gol afirmou: “O MoU anunciado hoje representa uma fase inicial de um processo de negociação com a Azul para explorar a viabilidade de uma possível transação. O acordo não impacta na estratégia ou operações diárias da Gol, que segue focada na conclusão dos procedimentos do Chapter 11, almejando emergir como uma companhia independente e robusta.”
Por outro lado, a Azul comentou que, se a operação for concretizada, ambas as companhias manterão seus certificados operacionais separados, mas sob uma única entidade resultante. A expectativa é que áreas operacionais sejam combinadas para proporcionar mais oportunidades e produtos aos clientes, além de alcançar maior eficiência.
E as condicionantes?
Uma das principais condições do MOU estipula que a nova empresa não poderá ter uma alavancagem superior à da Gol no momento da consolidação do negócio. A Gol, que recentemente comunicou que pretende sair do Chapter 11 com uma alavancagem de cerca de 4,5 vezes, está em uma trajetória de redução de dívidas e prevê um endividamento líquido substancialmente melhorado até 2026, com um Ebitda retornando a níveis normais.
Os planos são ousados! A empresa visa alcançar uma alavancagem de 2,7 vezes até o final de 2027 e ainda sonha com 1,9 vez até 2029. É um voo alto, mas o céu é o limite para a recuperação dessa gigante da aviação brasileira!