Na tarde desta quarta-feira (15), os parlamentares da oposição soltaram os cachorros e comemoraram a revogação do polêmico ato normativo da Receita Federal que pretendia aumentar a fiscalização sobre as transferências via Pix. O governo Lula, diante da repercussão negativa e das críticas nas redes sociais, decidiu dar um passo para trás e suspender a medida.

A Voz das Redes Sociais

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que se tornou um verdadeiro fenômeno nas redes após viralizar com um vídeo sobre as mudanças, ressaltou que a união da sociedade foi a chave para derrubar a nova regra. “O PT tentou monitorar o seu dinheiro, principalmente o do mais pobre, mas o povo se uniu na rede social e derrubamos a decisão”, declarou com entusiasmo.

Desde 1º de janeiro, as novas diretrizes da Receita Federal já estavam em vigor, aumentando o monitoramento sobre transferências de até R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para jurídicas. O temor de uma possível taxação pairou no ar, levando o Fisco a garantir que a nova norma não implicaria aumentos de impostos.

Reação do Governo e da Oposição

No interior do governo, a percepção é de que a confusão envolvendo o ato normativo foi alimentada por uma enxurrada de fake news. Em resposta ao desgaste, foi anunciada uma medida provisória que reforçará a gratuidade do Pix. O senador Rogério Marinho (PL-RN) não perdeu tempo e disparou: “Essa situação é uma piada ainda maior que a era Dilma 2”.

Marinho criticou as ações governamentais, dizendo que mostram apenas o desejo de arrecadar e que isso resultará na desconfiança do povo. “Por isso, a sanha de censurar as redes sociais”, complementou. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu que a mobilização popular fez Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tremerem nas bases. “Você acaba de testemunhar a verdadeira razão pela qual o atual desgoverno e os falsos defensores da democracia querem censurar as redes sociais: eles querem oprimir o povo sem serem incomodados!”, disse com veemência.

Dissensões e Críticas na Câmara

Durante o anúncio da MP, Haddad não deixou de alfinetar Flávio, lembrando das supostas “rachadinhas” relacionadas ao senador, o que rendeu um clima tenso no debate. “As rachadinhas do senador foram combatidas porque a autoridade identificou uma movimentação absurda nas contas dele. Agora ele está reclamando da Receita?” questionou o ministro.

Por outro lado, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) argumentou que o governo se intimidou frente à pressão popular, afirmando: “a união faz a força! Não se deixem enganar. Enquanto esse desgoverno estiver no poder, o Brasil não terá paz!” O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também reiterou que Lula saiu “derrotado” dessa batalha, enquanto André Fernandes (PL-CE) aproveitou para criticar a “imprensa tradicional” pela implementação da nova regra.