Tik Tok remove vídeo manipulado de Haddad após notificação da AGU
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Tik Tok remove vídeo manipulado de Haddad após notificação da AGU

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 20:23

O TikTok se viu no centro de uma polêmica ao remover um vídeo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi modificado por *inteligência artificial generativa*. A exclusão do conteúdo aconteceu após a plataforma ser notificada extrajudicialmente pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A AGU impôs um prazo de 24 horas para que o TikTok retirasse o vídeo do ar ou que, ao menos, fosse exibido um aviso: “O vídeo foi gerado por inteligência artificial – conteúdo alterado ou sintético”. O conteúdo em questão distorcia as falas de Haddad, atribuindo a ele declarações sobre “taxação de pobres”, supostamente com o apoio do presidente da República. Na manhã desta terça-feira (21), o material já havia desaparecido da plataforma.

A notificação foi enviada na noite de segunda-feira (20) e destacou que a postagem era uma armadilha de desinformação, utilizando um vídeo manipulado para representar um evento que nunca aconteceu. “A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, explicou a Advocacia-Geral da União.

A Reincidência do Vídeo

Intrigantemente, mesmo após a remoção, o vídeo de Haddad foi *repostado* por um usuário familiar. A AGU manifestou preocupação com o fato de que o material estava “confundindo o público sobre a posição do ministro da Fazenda”, sem que ele tivesse feito qualquer declaração. Além disso, a notificação sublinhou que o conteúdo infringia os “Termos de Uso” do TikTok, que já estabelece diretrizes rigorosas sobre “Desinformação” e “Mídia editada e conteúdo gerado por IA”.

Além de rotular o vídeo como “enganoso e fraudulento”, a AGU ressaltou que o material violava o direito à informação, assegurado pela Constituição Federal, ultrapassando os limites da *liberdade de expressão*. Essa conduta foi classificada como abuso de direito, conforme o artigo 187 do Código Civil.

A situação levanta questões sobre o papel das plataformas digitais na disseminação de informações e a necessidade de um controle rígido para se combater a desinformação, que pode causar grandes impactos na opinião pública. O caso de Fernando Haddad serve como um lembrete de que na era das redes sociais, *responsabilidade e ética* são palavras-chave no cenário da comunicação digital.

Revista Oeste