Otan alerta Brasil, China e Índia sobre sanções por apoio à Rússia
Publicado em 15 de julho de 2025 às 20:56
O alerta da Otan e as sanções secundárias
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, fez um aviso contundente nesta segunda-feira, 14: países como Brasil, China e Índia podem enfrentar sanções secundárias se continuarem a manter relações comerciais com a Rússia sem pressionar o governo de Vladimir Putin por um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia.
Durante uma entrevista à emissora Fox News, Rutte destacou a frustração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, com a postura de Putin nas negociações de paz. Segundo Rutte, Trump estava "realmente irritado" após uma conversa recente com o líder russo, que aparenta não levar a sério os acordos de paz.
Em meio a esse cenário tenso, Trump estipulou um prazo de 50 dias para que novos avanços nas negociações aconteçam. Caso contrário, as sanções serão extintas não apenas para a Rússia, mas também para países que continuam a fazer negócios com Moscou. “Se você está em Pequim, ou em Délhi, ou até mesmo no Brasil e sabe que isso está vindo para você, talvez queira ligar para Vladimir”, alertou Rutte.
Pressão sobre os aliados
O secretário-geral ressaltou que os representantes dessas nações deveriam exigir que a Rússia encerre a guerra, com uma abordagem pragmática: “Ei, amigo, ainda estamos comprando coisas de você, mas precisa ficar sério quanto às negociações de cessar-fogo ou de paz”.
Rutte descreveu a estratégia como parte de um plano coordenado de pressão, enfatizando que os efeitos diretos na Rússia são significativos. Ele também celebrou o crescente apoio dos países europeus ao fornecimento de armamentos à Ucrânia, com um aumento esperado nos gastos militares para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. “Esse é um dos maiores sucessos da política externa do presidente Trump”, avaliou.
A logística da Otan em ação
Rutte explicou que o envio de armas aos ucranianos por meio de países europeus, em vez de diretamente pelos Estados Unidos, deve-se a razões logísticas e financeiras. “A Otan é boa em logística”, afirmou, garantindo que conseguem levar armamentos à Ucrânia de forma eficaz.
Sobre o financiamento, o secretário-geral comentou: “Trump disse, e eu entendo totalmente, que quer entregar essas armas à Ucrânia, mas a Europa precisa pagar por isso. E acho que isso é justo.”
A ameaça de uma aliança Rússia-China
Rutte também abordou a perigosa possibilidade de uma ação coordenada entre Rússia e China em um eventual conflito em Taiwan. O secretário-geral sugere que, caso Xi Jinping decidisse atacar Taiwan, ele poderia mobilizar Putin para desviar a atenção da Otan com um novo front na Europa. “Se Xi atacasse Taiwan, ele provavelmente faria uma ligação ao seu parceiro”, ponderou Rutte.
Encerrando a entrevista, Rutte não poupou elogios à liderança de Trump e à sua abordagem direta. “Os outros 31 líderes da Otan reconhecem que ele é alguém absolutamente claro sobre o que quer alcançar e comprometido com a Otan.”
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